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Curso de investigação de Esmaltes – Modelo Prático

Método Da Grade – Ian Currie

Ian Currie desenvolveu este método da grade de investigação que apresentamos a seguir, incorporando as propostas científicas a um modelo prático, que facilita a tarefa do ceramista.

Grilla de Currie

Por algumas vezes, lemos que os fornos orientais Noborigama, de alta temperatura, se encontram entre os mais antigos da história da cerâmica. Por isto, è fácil considerar que os esmaltes cerâmicos orientais na China e na Coréia, se desenvolveram a partir da observação das peças saídas das longas fornadas à lenha.

Eles aprenderam que as peças queimadas perto da câmara de combustão, ficavam mais resistentes e menos porosas em relação as que estavam mais distantes das câmaras. Isto queria dizer que os fornos apresentavam uma graduação na temperatura de uma câmara para outra.

Para conseguir que as peças saíssem mais duras e compactas, começaram a fazer queimas com temperaturas cada vez mais elevadas, conseguindo os primeiros “escorrimentos” do esmalte nas peças que estavam perto da área de combustão, enquanto as que estavam na última câmara, apresentavam cinzas sobre as peças.

Assim sendo, buscando conseguir que estes vidrados estivessem presentes  em todas as partes do forno, começaram uma mistura de cinzas, argilas e feldspatos locais, começando desta forma, uma maneira prática de investigação em esmaltes.

Origem do Método da Grade

Interessado na investigação dos esmaltes orientais, o ceramista Ian Currie, viaja para o Japão em 1971, para tomar aulas com o Sr. Onishi, ceramista especializado em esmaltes. Como Currie não sabia o idioma ,conseguiu comunicar-se com Onishi através de fórmulas. Entre desenhos e símbolos, analisaram um esmalte básico usado por ele, que, com pequenas modificações, podia ser utilizado em patamares de temperaturas (do Grés até a porcelana e ainda mais). Viram que dentro destas possibilidades de temperaturas, a composição dos fundentes com o s cones pirométricos era a mesma deste esmalte:

03 K2 O   0,5Al 2 O3   4Si O2

07 CaO

E a relação Al2O:SiO2, em todos os cones desde a To, do Grés a porcelana, se mantinham constantes (1:10).

O mestre japonês destaca para Currie que o fundamental para manipular estas variações na hora de investigar os esmaltes, se baseiam em 7 pontos:

  1. Fundentes (R2O; RO) relação entre eles e as variações no grupo de      fundentes.
  2. Relação Alumina- Sílica
  3. Quantidade de Sílica
  4. Colorantes ou opacificantes
  5. Corpo argiloso (suporte)
  6. Particularidades de alguns materiais, como por exemplo: fonte especial, partícula fina ou grossa, etc.
  7. Particularidades de queimas (To, atmosfera, curva)

Partindo deste diálogo químico com Onishi e compreendendo a importância destas relações, Currie desenvolveu este método de investigação que apresentamos a seguir, incorporando as propostas científicas a um modelo prático, que facilita a tarefa do ceramista.

Nossa proposta è transitar neste método de investigação que abre várias possibilidades através de poucas variações, obtendo na mesma grade, uma família de esmaltes ou um esmalte adaptável a várias temperaturas.

Francisco Lorusso

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