Curso de Esmaltes de Cinzas
De acordo com o cientista alemão Herman Seger:
“Um esmalte funcional e expressivo ao mesmo tempo, ou somente expressivo”.
Tecnicamente as cinzas vegetais podem ser comparadas ao feldspato por terem uma ação fundente das altas temperaturas, por isto uma combinação destes materiais nos levará a um excelente e tradicional esmalte para grés.
Para adquirir experiência neste tipo de esmaltes, deve ser constante o estudo destas cinzas. Bastará nossa dedicação a estar experimentando e pesquisando estas matérias primas de forma contínua.
Falando de cinzas
(Curso de esmaltes de cinzas) Nós ceramistas vamos nos dedicar á praticar com tentativa e erro, pois a análise química das cinzas varia muito entre os tipos de tronco de madeira, que podem ser finos, médios ou grossos. Ou seja, se fabricamos cinzas somente de troncos grossos, teremos cinzas com mais sílica. Com troncos mais finos, teremos cinzas com menos teor de sílica em sua composição. O mesmo acontece com árvores antigas ou com árvores jovens. É recomendável começar nosso estudo com um só tipo de cinza. Primeiro temos que saber em qual temperatura vamos trabalhar para conseguir uma cinza que se adapte melhor a esta temperatura. Muitas pessoas utilizam cinzas de churrasqueiras. Estas não devem ser utilizadas por terem muitas impurezas. Assim sendo, é melhor que o ceramista prepare sua própria cinza, sabendo que todas as madeiras colocadas são do mesmo tipo de madeira.Cada um se adaptará ao que esteja mais ao seu alcance.
Compartilhando um pouco de minha experiência com cinzas
Tive a grande sorte de conhecer na Argentina o Mestre ceramista coreano, Kyong Woo Im. O que ele não tinha, fazia. O que eu havia comprado, muitas vezes acreditando serem espetaculares ferramentas, ele substituía com materiais qua muitas vezes descartamos. Conclui e aprendi, durante um ano de uma intensa convivência, que para se fazer cerâmica, é necessário trabalho e dedicação. Ele respondia minhas perguntas dizendo que eu sempre deveria observar e anotar tudo o que acontecia na fornada. Foi o mesmo aprendizado que ele teve com seu mestre no Oriente. Eu observava e anotava tudo o que ele fazia em meu atelier. Neste tempo, comecei a ter contato com as cinzas através dos três tipos de forno que eu possuía em meu atelier (gás, elétrico e lenha). Meu aprendizado foi da prática a teoria. Por isto, a proposta deste Curso de esmaltes de Cinzas será de muita prática e formulações feitas de minha experiência, onde deixarei um caminho aberto para as infinitas experimentações no mundo da cerâmica.